No Rio
Agravada pela explosão de carros particulares que atravancam as ruas, estimulados pelas isenções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e pela gasolina barata, a aparente falta de estratégia do Estado deixa livres grandes empreiteiras, incorporadoras imobiliárias e empresários de ônibus para fazer o que quiserem, avaliam. A crise se aprofunda com as obras para a Copa e a Olimpíada.
\\\\\\\\\\\\\\\"Planejamento e projeto foram desconstruídos nos níveis federal, estadual e municipal. Os governos ficaram sem estruturas permanentes de estudo, mas ganharam muito dinheiro, e os gestores passaram a tomar atitudes discricionárias. Um dia, o governante resolve fazer metrô em uma direção e faz. Em outro, acha que o automóvel no centro é ruim e o bane\\\\\\\\\\\\\\\", diz o presidente do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil), Sérgio Magalhães.
O fim da Perimetral, pista elevada sobre a avenida Rodrigues Alves, que liga as zonas norte e sul, se insere em um cenário em que os planos mudam rapidamente. Foi anunciado há meses, mas só no fim de 2013 a prefeitura avisou que provocaria mais mudanças além das previstas, como a mão dupla para veículos na Avenida Rio Branco, principal via do centro.
De acordo com o município, para viabilizar a novidade serão extintas mil vagas para automóvel na região, que deixará de receber 2,5 mil carros por dia.
Magalhães lembra que o Brasil tem 20 metrópoles, com cerca de 175 milhões de habitantes, e duas megacidades - São Paulo e Rio -, mas a lei brasileira trata da mesma forma um município com 2 mil habitantes e outro com 2 milhões.
\\\\\\\\\\\\\\\"O Brasil aspira ser um país desenvolvido e respeitado, mas é o único em que a empreiteira contratada para a obra faz o projeto\\\\\\\\\\\\\\\", critica. \\\\\\\\\\\\\\\"O RDC (Regime Diferenciado de Contratação) é isso. Começou com Copa do Mundo, passou para a saúde, depois para a educação e agora tem um projeto no Congresso para tudo.\\\\\\\\\\\\\\\" O resultado dessa terceirização para empreiteiras, diz, é que \\\\\\\\\\\\\\\"começa a existir um custo exagerado de qualquer obra\\\\\\\\\\\\\\\". As informações são do jornal \\\\\\\\\\\\\\\"O Estado de S. Paulo\\\\\\\\\\\\\\\".